O senso ético íntimo

Todo ser humano possui em si um senso ético que lhe permite discernir o certo do errado. É claro que algumas circunstâncias demandarão maior reflexão antes de decidir, mas no geral todos conseguem estabelecer um juízo de melhor atingimento do bem e menor mal, se não for possível evitar este último por completo. 

A existência deste senso ético interno nos leva a indagar: não seria o juízo post mortem exercido por nós mesmos ao desencarnar, já que podemos melhor que ninguém sopesar as circunstâncias?

Sim e não. Se pensarmos na parábola do joio e do trigo como um "tribunal" instituído para julgar, estaremos equivocado. É a própria consciência e inteligência do ser que avalia o sucesso e fracasso dos desafios propostos para a vida que se seguiu na Terra, e as experiências por completar. 

Inobstante, existem prepostos especializados que nos podem e geralmente auxiliam. São seres de elevada estatura moral e conhecimento psicológico que dominam tanto a encarnação terrena, suas dificuldades e planos de vivência, quanto as demandas evolutivas que o ser necessita para suplantar o nível terreno e ascender a planetas superiores. 

Quero aqui fazer uma alusão interessante sobre este julgamento íntimo, para que não pairem dúvidas de sua dinâmica. É preciso evitar analogias errôneas da justiça terrena. Note-se que existe todo um mundo na Terra que não demanda publicidade. Há árvores, flores, animais, que adensados nas florestas mais impenetráveis, nascerão, viverão e morrerão sem a audiência dos homens. Isto enaltece os planos paralelos de cada ser vivente na existência, que a sociedade humana não julga, porque sequer conhece. Também deixa clara a intenção passageira deste seu meio --- um porto onde se encontram e se conhecem os seres, que depois se separam e partem para novos destinos. 

O homem, pela autoconsciência, já mais desenvolvida que a das plantas e animais, pode concorrer pelo próprio melhoramento e frequentemente fazer as escolhas que se sucedem no campo da vida material. Haverá um tempo todavia em que a tutoria será absolutamente desnecessária, e este homem poderá caminhar pelas estrelas livremente, experimentando a liberdade suprema concedida pela criação. 

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