Quê é o 'outro mundo'?
Na encíclica 'Rerum Novarum', do Papa Leão XIII, lê-se o seguinte:
"Ninguém pode ter uma verdadeira compreensão da vida mortal, nem estimá-la no seu devido valor, se não se eleva à consideração da outra vida que é imortal."
A despeito das confusões que a teologia católica imprimiu ao sentido da existência espiritual (p.ex.,a de um limbo sem atividade cognitiva que culminaria num retorno milagroso do corpo decomposto para a alma reabitar), a afirmação está correta no seu pressuposto filosófico. Nenhum sentido mais profundo encontrará aquele cuja vida se limitar à realização das atividades terrenas de trabalho e lazer, sem qualquer reflexão sobre um sentido maior de existência.
A doutrina espírita kardecista ensina que toda realização humana está imbricada em objetivos maiores que transcendem a ela mesma, para além das satisfações mundanas e serventes ao próprio mundo encarnado. Em cada pensamento, palavra e ação dos homens e mulheres que estão sob a Terra, há um reflexo do nível evolutivo do espírito que anima o corpo. Sejam eles espontâneos ou provocados pelas sensações terrenas.
Tanto o conforto quanto o desconforto, ensinam os espíritos decodificadores, exigem posturas de quem os experimenta. A pobreza a eliminação da preguiça e a estipulação de metas melhor definidas de vida, a reflexão sobre si. O oposto, a riqueza, a oportunidade da solidariedade, do ensino, de obras que transcendem o interesse individual. E todas, de um modo mais geral, colaborando ao fim do egoísmo que ainda impera na sociedade.
Pensar no amanhã espiritual, na vida eterna que se descortina assim que o óbito do corpo se consuma, permite economizar muito do tempo necessário à elevação na hierarquia de mundos. Tanto mais feliz será aquele que superar-se-a-si, antes de exigir dos outros qualquer coisa. Por isto se diz que a evolução não está circunscrita a nenhum dos fatores que definem as diversas classes terrenas. Sejam elas econômicas, sociais e até certo ponto intelectuais. Pode o homem simples nos modos, tanto quanto aqueles estudados, conhecer da verdade libertadora. Tanto menos dogmas inconsistentes houver numa religião ou prática espiritista, mais próxima estará da verdade espiritual.
Por hora, não sendo dado conhecer maiores detalhes senão o suficiente, a morte serve pelo que tem que servir. A certeza da separação deve estimular a união ainda em vida encarnada. E ela morte, sendo apenas corporal, não deve inspirar um sentimento de finitude, desperdício ou inutilidade. Conhecer e aceitar os objetivos maiores do ser não só auxilia na compreensão do mundo que se enxerga, mas do que se pressente.
A clausura dos homens um dia terá fim, mas para isto número considerável de indivíduos terá que alcançar mínimo patamar. Para que não se escandalizem. Para que não enlouqueçam. Para que o medo e a superstição desapareçam. Para que as várias formas e subformas que habitam os derredores sejam naturalmente aceitas. Para que sem sobressaltos, a lagarta abandone a casca transmutada.
"Ninguém pode ter uma verdadeira compreensão da vida mortal, nem estimá-la no seu devido valor, se não se eleva à consideração da outra vida que é imortal."
A despeito das confusões que a teologia católica imprimiu ao sentido da existência espiritual (p.ex.,a de um limbo sem atividade cognitiva que culminaria num retorno milagroso do corpo decomposto para a alma reabitar), a afirmação está correta no seu pressuposto filosófico. Nenhum sentido mais profundo encontrará aquele cuja vida se limitar à realização das atividades terrenas de trabalho e lazer, sem qualquer reflexão sobre um sentido maior de existência.
A doutrina espírita kardecista ensina que toda realização humana está imbricada em objetivos maiores que transcendem a ela mesma, para além das satisfações mundanas e serventes ao próprio mundo encarnado. Em cada pensamento, palavra e ação dos homens e mulheres que estão sob a Terra, há um reflexo do nível evolutivo do espírito que anima o corpo. Sejam eles espontâneos ou provocados pelas sensações terrenas.
Tanto o conforto quanto o desconforto, ensinam os espíritos decodificadores, exigem posturas de quem os experimenta. A pobreza a eliminação da preguiça e a estipulação de metas melhor definidas de vida, a reflexão sobre si. O oposto, a riqueza, a oportunidade da solidariedade, do ensino, de obras que transcendem o interesse individual. E todas, de um modo mais geral, colaborando ao fim do egoísmo que ainda impera na sociedade.
Pensar no amanhã espiritual, na vida eterna que se descortina assim que o óbito do corpo se consuma, permite economizar muito do tempo necessário à elevação na hierarquia de mundos. Tanto mais feliz será aquele que superar-se-a-si, antes de exigir dos outros qualquer coisa. Por isto se diz que a evolução não está circunscrita a nenhum dos fatores que definem as diversas classes terrenas. Sejam elas econômicas, sociais e até certo ponto intelectuais. Pode o homem simples nos modos, tanto quanto aqueles estudados, conhecer da verdade libertadora. Tanto menos dogmas inconsistentes houver numa religião ou prática espiritista, mais próxima estará da verdade espiritual.
Por hora, não sendo dado conhecer maiores detalhes senão o suficiente, a morte serve pelo que tem que servir. A certeza da separação deve estimular a união ainda em vida encarnada. E ela morte, sendo apenas corporal, não deve inspirar um sentimento de finitude, desperdício ou inutilidade. Conhecer e aceitar os objetivos maiores do ser não só auxilia na compreensão do mundo que se enxerga, mas do que se pressente.
A clausura dos homens um dia terá fim, mas para isto número considerável de indivíduos terá que alcançar mínimo patamar. Para que não se escandalizem. Para que não enlouqueçam. Para que o medo e a superstição desapareçam. Para que as várias formas e subformas que habitam os derredores sejam naturalmente aceitas. Para que sem sobressaltos, a lagarta abandone a casca transmutada.

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