Nada cega, Ela.

Na solidão noturna de um gabinete, nunca houve tantas vozes. Algumas pinçeladas de apoio doce mas a maioria desejando arrombar o equilíbrio emocional por amargo escárnio. A cada pena, mea culpa dirigia à proporção daquela. A cada antecipação de manobra, uma vitória só externa, contornando o íntimo sensível ao lamento próprio, mais que o alheio.
Depois de tanto assédio de súditos e reis, foi-se o caixeiro à Brasília, mas esta não soube emendar-se. Não importa o nome que lhe dêem -- Judas ou Barrabás. Um justo expulso de casa sempre trará péssimas consequências, pois justiça deve ser recebida com cortesia. Não, o juiz não precisa aprender de política, posto ter sido ele o convidado. É o político que precisa apreender de justiça. E o será, nesta ou noutra vida.

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