Os espíritas acreditam em profecias?

Todas as previsões de base mediúnica sobre o futuro devem ser levadas a sério. Isto não quer dizer que devam necessariamente se realizar. A faculdade que dá ao espírito a antevisão do desenrolar histórico se baseia em centenas de cálculos probabilísticos em frações de segundo, mas ainda radicados em percepções de causa e efeito do presente. Trata-se de um dom mais preciso e abrangente do que a filosofia e a intuição, porque exercido pelo sentido do espírito desprendido da matéria, em seres de propósito missionário cuja evolução moral e intelectual alcançou determinado estágio configurativo.

Não se tratam de alertas voltados a provocar desespero, nem muito menos excitar o orgulho que tanto compromete a humanidade [1]. Pelo contrário, todas as previsões, especialmente as mais pessimistas como o Apocalipse bíblico narrado nas cartas de Pedro [2], os manuscritos de Nostradamus, Joana D'Arc, Baba Vanga, Edgar Casey, Chico Xavier e de tantos outros, estão vocacionados à congregar a humanidade em torno de esforços voltados à alteração de posturas e ao desenvolvimento de soluções inteligentes que melhorem as relações entre os povos, com os demais seres vivos e com o Planeta em si.

O aprimoramento individual, catalizado pela educação, produz sensíveis aberturas interdimensionais, inclusive sobre o conhecimento akáshico [3], reverberando em descobertas substanciais que, emuladas na sociedade, multiplicarão o bem estar, facilitando a transmutação planetária e o fim da era de provas. Um ciclo virtuoso em aceleração, que os mundos em regeneração já conhecem bem.

Importa reter das profecias o seu conteúdo informativo sobre as leis kármicas que regem o universo. A destruição, a dor, sempre surgem da resistência indevida, do esgotamento de iniciativas que revelem progresso. A estagnação só deve servir por um tempo, para a recuperação das forças vitais. A preguiça mental é causa da maioria das doenças. Evidentemente que a breve passagem de vós dificulta a observação superior, sob a perspectiva imortal e de (auto)avaliações psicológicas mais profundas do que as disponíveis na Terra. Estando os homens ainda no que se pode chamar de infância, premidos de faculdades mais sofisticadas, resta-lhes o apelo externo da força e do medo, para que tomem prumo.

Inobstante, assim como a criança que cresce e torna adulto passa a se auto-educar sem necessidade de castigos, também a sociedade madura principia em evoluir por amor ao aprendizado. Por isto, aqueles que super-excitarem a imaginação neste século XXI sem se aperceber da função circunstancial e precária das profecias, se decepcionarão com a sublime paciência da providência divina.

Consultai os vossos escribas contemporâneos nas entrelinhas dos romances, e se surpreenderão com as novidades sobre o futuro reservado, absolutamente mais feliz e próspero do que o que experimentais agora, e o que as linhas medianeiras mais antigas lhes legaram. Assim como o presente de vós é superior em relação aos amargores experimentados por aqueles que lhes ascenderam, recheados de misérias, guerras, privações e limitações cognitivas.

A sociedade do porvir, anunciada pelas crianças que vês sorrir nos parques, é luminosa como a aurora sobre a escuridão. Do pó de instituições carcomidas de ineficiência, corrupção e ódio, surgirão alicerces transparentes, democráticos, serenos e firmes de fraternidade. Este elo, reforçado por tecnologias que ainda desconhecêis, estipulará um marco novo e multifacetado de progresso, atingindo a cada ser humano vivente, que finalmente poderá sentir-se amparado na matéria e em espírito.

Daí, as interações entre planos interdimensionais surgirão quase que espontâneas, acelerando ainda mais o surgimento do homem universal, apto às maravilhas que outros orbes já experimentam.

Aguardai. Tende indulgência para com os irmãos mais atrasados, e esforçai por agregar valores como retidão, serenidade e tolerância, pois foi dos mansos que o teu Cristo referiu para povoar o novo mundo.

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[1] Entre as ideias ilustrativas da típica loucura do aparato político estão as bases subterrâneas criadas para assegurar a vida de uns poucos "privilegiados" na eventualidade de um extermínio nuclear. Não só não sobreviveríam como enlouqueceríam antes, preferindo o fogo ardente, o que revela a absurdidade dos milhões gastos com o medo e a mentira que retro-alimentam.

[2] Por conluio entre ortodoxos do primeiro século e Constantino, deu-se a perseguição dos agnósticos, cujas referências apocalipticas trazem a alusão do próprio Cristo ao corpo que recém despojara:

"Aquele que vocês viram pregando à sombra da árvore, feliz e sorrindo, era o Jesus vivo [encarnado]. Mas este, em cujas mãos e pés puseram pregos, é apenas a sua carne, o ente [símbolo] escarnecido, forjado à minha imagem [real; espiritual]. Olhem para aquele corpo [moribundo], e para mim! [Que vês? Em qual destes poderão depositar as suas melhores e futuras aspirações?]"

[3] Registros pluridimensionais de todas as movimentações de partículas existentes no universo, incluíndo os pensamentos e ações físicas do plano encarnado terrestre, constituíndo-se em uma espécie de "biblioteca" que espíritos mais evoluídos podem acessar. 

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