O que acontece quando morremos?
O momento da morte no Planeta Terra geralmente é precedido de alguma convalescença, estando ou não associada à velhice. A medida em que os laços que unem o espírito ao corpo vão se rompendo, geralmente com auxílio de desencarnados, os sentidos humanos vão sendo substituídos pelo aparato perispiritual. Algumas horas, dias e até meses são necessários, até que as faculdades cognitivas naturais de um espírito possam funcionar adequadamente, livre do torpor da passagem.
Além do aspecto fisiológico do fenômeno, também se dá outro no plano emocional. Abandona-se forçosamente o papel de pai, mãe, filho ou irmão "de carne", dando lugar a um sentimento de amor fraternal que tradicionalmente une os espíritos simpáticos em uma família mais ampla do que a terrena. É preciso compreender bem esta questão. Todas as memórias desta vida são conservadas e o carinho que se tem pelos parentes daqui, mas as incumbências terrenas não fazem mais sentido e podem até mesmo prejudicar a evolução dos envolvidos no processo de luto, caso haja apego excessivo e recusa da realidade que se impõe.
Além do enfraquecimento do vínculo familiar terrestre, laços temporariamente afrouxados pela encarnação são reatados e, livre de uma moldura, inclusive sexual, tão incisiva, o espírito retorna às afeições preferidas da pátria universal, regida por leis diversas.
A morte nada tem de penosa ao espírito, quando a aceitação do desencarne é tranquila. Pelo contrário, o usufruto do revestimento sutil e o meio menos denso da matéria em que transita lhe conferem maior mobilidade e desenvoltura. A sociedade telepata e os sentidos menos rudimentares lhe aproximam de si mesmo, da coletividade e de Deus, trazendo-lhe felicidade.
*Óleo em tela de Leonid Afremov


Comentários
Postar um comentário